Em homenagem ao Dia do Músico, que foi comemorado em 22 de novembro, a Comissão de Educação (CE) recebeu nesta terça-feira (3) o maestro João Carlos Martins para discutir como a a música pode servir de ferramenta para a inclusão social e valorização cultural em todo o país. A audiência foi sugerida pelo presidente da comissão, senador Flávio Arns (PSB-PR).
Martins é o idealizador do projeto Orquestrando, que reúne mais de 400 grupos musicais no estado de São Paulo, muitos em pequenos municípios. A iniciativa oferece suporte técnico e ajuda na organização de repertórios, articulação política e busca por patrocinadores, fortalecendo a atuação de orquestras e bandas locais.
Arns destacou o impacto do projeto em comunidades com pouco acesso à educação musical formal. Segundo ele, o Orquestrando não apenas promove a cultura, mas “transforma vidas”.
— Oxalá todos os músicos e artistas no Brasil, tivessem a mesma preocupação social. O Senado está totalmente à disposição para somar esforços com iniciativas tão importantes, tão boas, tão necessárias, tão inspiradoras para o Brasil.
O maestro João Carlos Martins enfatizou a importância de resgatar o legado do compositor e regente Heitor Villa-Lobos (1887-1959), que enxergava a música como “um elemento de união nacional”. Martins destacou que, apesar da reinserção do ensino de música nas escolas, em 2008, ainda há muito a ser feito para consolidar a prática musical no ambiente escolar.
— A música transforma e une. Estou emocionado de, no Senado brasileiro, [haver] uma audiência para a música. E essa audiência emociona não só este velho maestro, mas qualquer músico. Eu espero que, ao longo de quatro anos, nós vamos fazer a maior revolução na história da música em nosso país. Era o grande sonho de Villa-Lobos.
A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, compartilhou uma memória sobre a influência da música em sua vida.
— O meu pai é médico intensivista e sempre tocou violão. Quando ele dormia em casa, eu e a minha irmã fazíamos questão de ter pesadelos para acordar de noite e ele sentar conosco na cama e tocar violão, até que nós dormíssemos. Muitos anos depois conheci um colega que tocava violão e o amor que eu sentia quando meu pai passava as noites tocando para mim e para minha irmã veio à tona. Eu sou casada [com esse colega] há 25 anos.
Dois estudantes da Escola de Música de Brasília, Daniel Santos e Rafael Lucena, fizeram apresentações de piano e canto durante a audiência. Ao final do evento, Martins interpretou ao piano Playing Love, de Ennio Morricone, e Ave Maria, de Franz Schubert. Ele foi acompanhado pelo maestro Claudio Cohen, diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, ao violino.
Fonte: Agência Senado