Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Em audiência pública sobre a segurança nas escolas, os senadores da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) ouviram especialistas, nesta terça-feira (14), e viram estudos que apontam a interferência da violência na aprendizagem de alunos do ensino fundamental e médio. Eles mostraram como o medo de agressão e a cultura de preconceitos molda o sistema e afeta os estudantes, muitas vezes superando a preocupação com a qualidade do ensino.
O diretor de Estratégia Política do movimento Todos pela Educação, João Marcelo Borges, comentou que, durante a discussão da medida provisória que estabeleceu o Novo Ensino Médio, a segurança — e não a qualidade do ensino — apareceu como o principal ponto nas escolas das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul.
Representante do Conselho Federal de Psicologia, a psicóloga Marilene Proença Rebello defendeu a aprovação do substitutivo do senador Flávio Arns (Rede-PR) ao PLC 60/2007 já aprovado pelo Senado. A proposta garante atendimento por profissionais de psicologia e serviço social aos alunos das escolas públicas de educação básica.
— O projeto de lei está para votação no Plenário [da Câmara], mas infelizmente no Brasil precisamos que tragédias aconteçam para que algumas ações sejam tomadas — defendeu.
Ela se referia ao massacre ocorrido em março na escola estadual Raul Brasil, na cidade de Suzano (SP), em que dois jovens assassinaram duas funcionárias da escola, cinco estudantes e depois se mataram.
Na pesquisa “Violência e Preconceitos na Escola”, realizada pelo Conselho Federal de Psicologia entre 2013 e 2015, os alunos denunciam a ausência de diálogo com diretores e coordenadores pedagógicos e uma cultura de violência que se manifesta não apenas em agressões físicas, mas em xingamentos e bullying. Marilene Rebello defendeu, entre outros pontos, a substituição do discurso repressivo pela escuta e diálogo e o fortalecimento da cooperação da comunidade escolar.
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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)